só para registro
Acordei essa madrugada às 2h30, com o telefone tocando. “Pai, tô chegando.”
Dormi no sofá (aguentei firmemente até 1h), esperando minha filha voltar do show do Black Eyed Peas, por que ela estava sem as chaves de casa.
É o começo do fim.
controle de qualidade de batatas-fritas que fazem “creck”
Sou péssimo exemplo de alimentação para os meus filhos. Fato.
Tudo aquilo que te dizem quando é jovem, de que “quando você tiver filhos, você vai ver”, é uma dolorosa verdade. Acho que a primeira experiência que você tem desse tipo é na hora de alimentar seus filhos.
Minha mãe sempre nos deu a liberdade de comer o que queríamos. Pelo menos o que nosso dinheiro podia nos dar.
Sempre fui o filho mais chato na hora de comer. Meus irmãos não deram o trabalho que dei aos meus pais. Minha mãe, corajosa, descascava salsicha para o seu primogênito. Você já tentou tirar a pele de uma salsicha? Tarefa quase impossível, principalmente para quem ainda tinha que servir a refeição para 3 crianças. Batata frita? Eu só comia se ela fizesse “creck”. Sério. Algumas batatas eram rejeitadas de meu prato pelo aspecto, outras eu quebrava, mas algumas poucas eu só descobria testando, na mordida. Não fez “creck”, não comia.
Enquanto a Srta. B era pequena, minha autoridade bastava. Tem que comer porque é importante, faz bem, deixa forte. Agora, adolescente, ela reclama mais do que nunca. Só tenho duas opções: ou imponho minha autoridade de pai, ou provo o danado do repolho. Dar o exemplo, dizem, em uníssono, minha mãe e minha esposa.
Aliás, não recomendo esse dialogo na frente de nenhuma avó. É um momento que deve dar uma grande satisfação aos pais. Não é vingança, tá mais pra uma coisa de continuidade, de se enxergar nos filhos, coisa e tal. Tanto pro bem quanto pro mal, deve ser bacana ver isso acontecer. Mas como avô ou avó, não como pai ou mãe.
Nunca tive que descascar salsicha, ainda bem. Srta. B não come de tudo, mas come bem. Sr. D, foi apelidado pela vovó materna de garoto-avestruz, também não tem me dado trabalho.
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O Sr. Paiéquemcria merece as cutucadas da vovó.
rosa-choque-cítrico-cheguei-fluorescente-vibrante-newage-radiativo
-Filha, que unha grande, hein?
-É né? Tô deixando crescer.
-Ah tá.
Outra coisa que acaba mudando na sua vida com o crescimento dos filhos. 😛
Antes eu tinha que ficar olhando o tamanho das unhas e cortá-las. Depois, só precisava avisar: ela começou a cortar sozinha. Agora, só dou a opinião na cor do esmalte.
Aliás, a cor do esmalte adquirida recentemente pela Srta. B é algo a parte. Vi muito essa cor na minha infância, lá na década de 80. E vi, eventualmente, nesses últimos anos, na sinalização de placas, post-it e canetas marca-texto. É um rosa-choque-cítrico-cheguei-fluorescente-vibrante-newage-radiativo.
Essas cores berrantes estão na moda de novo. Vide a camisa do Palmeiras. Qunado era criança, usei muito um Champion troca-pulseira que tinha todo sortimento de cores chamativas que só o ser humano podia ter criado, através de manipulação de radiatividade. Na natureza não tem disso. Se um dia encontrar uma borboleta verde-marca-texto estarei no meio do holocasto nuclear.
Obs.: Depois de escrever esse post, vi que existe até um site relançando o Champion troca-pulseira. Queria um pra mim…
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Sr. Paiéquemcria resolveu encher o saco da sua filha justo no aniversário dela. Ficou meio enjoado de posts melosos.
novas fotos, privacidade e adolescência
Tem novas fotos da família no flickr. Clique aqui para ver.
Tem algumas fotos novas da Srta. B, a musa inspiradora original desse blog.
Reclamaram que eu estava falando pouco dela e que só escrevo sobre o Sr. D ultimamente.
Andei pensando nisso e vi que é verdade, mas tem um porquê. A Srta. B está em plena adolescência, e percebi que tudo o que quero escrever sobre nós pode invadir sua privacidade, principalmente nessa fase tão delicada…
Preciso refletir mais sobre isso, mas em breve publicarei um texto sobre o dilema que é ouvir boa música com uma adolescente do seu lado.
Aceito sugestões.
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