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Posts Tagged ‘educação’

caranguejos, batatinhas e o sr. tumitinhas

Depois do post falando da transferência de responsabilidade, e de ler outro falando da mudança que fizeram na música “Atirei o pau no gato“, fiquei pensando em músicas de crianças.

Um de nossos vizinhos é uma Escolinha Infantil, e hoje estavam cantando:

“Palma, palma, palma, pé, pé, pé, roda, roda, roda, caranguejo peixe é!”

Tsc, tsc… Estão ensinando errado nossas crianças. Caranguejo não é peixe, nem no fundo (ou vasanga, ou vasante) da maré nem em lugar nenhum. É um crustáceo.

E a tal da “Batatinha quando nasce, se esparrama pelo chão”. Conhece? Porque uma batata se espalharia? Desperdício de alimentos? Diz-se que esse é o maior virundum de todos os tempos. O correto seria “espalha ramas pelo chão”. Faz todo sentido, espalhar os ramos da planta pelo solo.

E o Tumitinhas? Cresci achando que Tumitinhas era alguém, e adulto, acho um absurdo alguém dar um anel de vidro. Me iludiram por anos. “O anel que tu me destes, era vidro e se quebrou, o amor que Tumitinhas era pouco e se acabou.”

Precisamos prestar atenção ao que ensinamos aos nossos filhos.

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Sr. Paiéquemcria acha que deveriam aplicar a Lei Maria da Penha no Sr. Cravo. Enquadrado, nunca mais iria deixar a Rosa despedaçada.

pindalolas!

Volto à superfície, depois de um longo tempo ausente, para apoiar alguns amigos em uma questão: tem gente que acha que a responsabilidade pela má educação das crianças pode ser transferida.

Tem gente que culpa a Turma da Mônica pela violência, gula, sujeira, e tem gente que não atira mais o pau no gato, pois não é politicamente correto. Besteira. Quem educa seu filho? Não é você? Quem ensina valores para ele?

Em uma crítica ranzinza e rasa, um senhor chamado Dioclécio (do Observatório da Imprensa) critica a Mônica como incentivadora de “bulling”. Depois, reclama da falta de personalidade nos personagens, comparando-os a alguns clássicos, como Mafalda, Calvin e até o Batman.

Quadrinhos é caricatura, é escapismo, é literatura, é arte, é um monte de coisa junto e misturada. Algumas conflitam entre si, mas é complicado rotular algo e classificá-la como sem personalidade. Vai do entendimento de cada um, e do que pode aprender com a história. E dos valores que pode absorver dela. Sou fã e consumidor voraz de quadrinhos desde os meus 8 anos, e nunca jurei vingança, nunca vesti mascara (pra fazer justiça com as próprias mãos),  nem fiquei sem tomar banho (bem, ás vezes…).

Quase 50 anos de Turma da Mônica não pode ser à toa.

Já aprendi muito com a turma do limoeiro, e como chefe escoteiro (ramo lobo), posso listar vários valores que poderia trabalhar com meus lobinhos nas nossas atividades. Superação, persistência, sociabilidade, trabalho em equipe, caráter, saúde (tanto pro bem quanto para o mal), liderança, nacionalismo, cultura, afeto.  E passo isso à minha filha, leitora da turma desde que aprendeu a ler.

Dá pra ficar a tarde toda escrevendo sobre isso. Mas as pessoas que me estimularam a sair das sombras, após ler no blog delas, falam muito mais (e melhor). Abaixo estão os links, recomendo!

Atirei o pau no gato, sim”, escrito pela Roberta, do Meu projetinho de vida

Não a isenção de responsabilidade”, escrito pela Letícia, do Pelos cotovelos e cotovelinhos

Carta Aberta ao Sr. Dioclécio Luz”, escrito pelo Rob Gordon, do Championchip Vinyl. Não conhecia esse último, mas acabei de virar leitor. Texto bacana.

Obs.: O artigo do Sr. Dioclécio tem, nesse momento, 150 comentários, e nenhum a seu favor.

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O Sr. Paiéquemcria cria planos infalíveis, e adora falar “pindalolas!!” quando algo dá errado.