hakuna ou hatuna?
Como nerd convicto, sempre tento dividir meus gostos com outras pessoas. Mau de nerd. Nerd que é nerd adora incomodar a todos com o que acha bom.
Filho de nerd é quem sofre mais. O pai interfere na escolha de brinquedos, livros, roupas, etc… “Quer uma dessas bolas? Leva essa aqui, ó, do Quarteto Fantástico!”, “Bexiga? Backyardigans é chato, olha essa do Homem-Aranha!”.
Com cinema é a mesma coisa. Quando a Srta. B era pequena, gostava muito de Castelo Ratimbum. Com dois aninhos, fomos ao cinema. Ficou quietinha, pra variar não deu trabalho. Do tempo de VHS, era viciada em Balto e Rei Leão. A fita do Rei Leão estragou de tanto ser vista. Arrebentou dentro do videocassete. Nessa época ganhou um Timão Pumba, o javali do filme.
Veio a Pixar, com seus filmes, e comecei o treinamento nerdização da Srta. B: filme novo? Pré-estreia + brinquedo + pré-venda de DVD = coleção em dia.
A Srta. B sempre gostou de ler e de ver filmes. De todo tipo. Hoje a adolescência privilegia comédias românticas e filmes de terror, mas compartilhamos bons filmes.
Agora com 2 aninhos, Sr. D entra na fase de loop infinito de filme preferido. Fica enfeitiçado por Toy Story. Pode ser o 2 ou o 3, o primeiro não serve. Se não tem o Bala no Alvo, não é bom. Tem que ter cavalo, Sr. D adora cavalos. Assistindo Spirit, ele quase entrou em êxtase.
Hoje o Timão Pumba da Srta. B está passando por maus bocados com o Sr. D. Ele cismou que o javali na verdade é um cavalo, e cavalga o bichinho pela casa toda. Se não está cavalgando, está sendo arrastado pela presa.
Em agosto, para delírio de toda a família, fomos convidados para assistir Rei Leão 3D. Aproveitamos minhas férias, e pegamos a sessão fechada às 10h da manhã.
Sr. D quietinho o filme todo, fora do seu padrão de comportamento. Quem não ficou, ou melhor, ficaram fora do padrão, foram a Sra. Paiéquemcria e Srta. D.
A nostalgia tomou conta das duas, que reproduziram todos os diálogos e canções do filme. Ainda bem que no fundo do cinema estava tranquilo, com as últimas fileiras vazias.
O filme parece ter sido feito para a experiência 3D. Abertura, musicais, cenas de ação, tudo contribuiu para que o filme ficasse ainda mais bacana. Não percebi nenhuma alteração no filme. Nada foi editado, a dublagem mantida. Recomendo o programa!
Só uma coisa que eu nunca entendi no filme: é Hatuna ou Hakuna Matata?
se eu pudesse entrar na sua vida
Já fui legal, esperto, inteligente, engraçado. Já fui herói. Várias vezes.
Fui conforto, carinho, amor.
Fui ausente, errado, bravo, rude, injusto.
Fui autoritário, imperativo, paternal, fraternal.
Fui orgulhoso, fiquei orgulhoso.
Algumas coisas mais, outras coisas, menos. Muitas ao mesmo tempo. E não necessariamente nessa ordem.
Agora, cada vez mais, sou espectador. A gente faz filho para o mundo, não pra gente.
Cada dia que passa, a canção faz mais sentido pra mim.
só para registro
Acordei essa madrugada às 2h30, com o telefone tocando. “Pai, tô chegando.”
Dormi no sofá (aguentei firmemente até 1h), esperando minha filha voltar do show do Black Eyed Peas, por que ela estava sem as chaves de casa.
É o começo do fim.